PALAVRAS DO SANTO PAPA FRANCISCO (Jn 6,37-40)
Recebido
“A esperança não decepciona” (Rm 5,5), disse-nos Paulo. A esperança nos atrai e dá sentido à nossa vida. Não vejo a vida após a morte, mas a esperança é um dom de Deus que nos conduz à vida, à alegria eterna. A esperança é uma âncora que nos sustenta do outro lado, e nós, agarrando-nos à corda, nos mantemos firmes (cf. Hb 6,18-19). “Eu sei que o meu Redentor vive, e eu o verei”. E repitamos isso nos momentos de alegria e nos momentos difíceis, nos momentos de morte.Essa certeza é um dom de Deus, porque jamais podremos ter esperança por nossos próprios esforços. Precisamos pedi-la. A esperança é um dom gratuito que jamais merecemos: ela é dada; ela é oferecida. É graça.E então, o Senhor confirma isso, essa esperança que não decepciona: “Tudo o que o Pai me dá virá a mim” (Jo 6,37). Esse é o objetivo da esperança: ir a Jesus. E “aquele que vem a mim, de maneira nenhuma o lançarei fora; porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6,37-38). O Senhor nos acolhe ali, onde está a âncora. Viver na esperança é viver assim: agarrando-se, com a corda na mão, firmes, sabendo que a âncora está. E esta âncora não decepciona; não decepciona.Hoje, nos pensamentos de muitos irmãos e irmãs que partiram, far-nos-á bem olhar para os cemitérios e elevar os olhos para o céu. E repetir, como Jó: “Eu sei que o meu Redentor vive, e eu mesmo o verei; os meus olhos o contemplarão, e não outro”. E esta é a força que a esperança nos dá, este dom gratuito que é a virtude da esperança. Que o Senhor a dê a todos nós. (Papa Francisco, Homilia, Pontifício Colégio Teutônico Santa Maria in Camposanto, 2 de novembro de 2020)